Sempre me perguntei se aniversário significa um ano a mais de vida ou um ano a menos (se você parar pra pensar são ambas as coisas). Claro que ninguém gosta de pensar que está mais distante da vida e mais perto da morte. Por isso as pessoas comemoram aniversário como algo bom, especial como uma vitória.
A questão é que nunca dei bola pra aniversário. Não há motivo específico. Apenas nunca fiz questão que me cumprimentassem, pouquíssimas vezes cogitei a idéia de reunir os amigos (quando aconteceu foi sempre pegando carona no aniversário de alguém). Festa mesmo só as de casa, quando minha mãe preparava um bolinho e juntava os mais chegados.
Quem me conhece bem sabe que não guardo o dia do aniversário de ninguém. Muito menos idade. Aliás, se me perguntarem repentinamente quantos anos eu tenho certamente errarei e isso nada tem a ver com querer esconder. Esquecimento mesmo.
Acho essa contagem de tempo chamada idade útil apenas para algumas burocracias da vida. Como felicidade não tem nada a ver com burocracia, meu cérebro automaticamente passou a desprezar idade e, consequentemente, datas de aniversário. Acho que é isso.
Por ter sido, agido e pensado assim durante 38 anos fiquei surpreso no meu aniversário deste ano. Pela primeira vez curti a sensação que só se experimenta quando a sua data de nascimento passa a significar mais do que um mero número na vida de cidadão.
Foi muito bacana. Recebi belas mensagens de gente que eu não esperava. E nem teve festa (ainda não cheguei a este estágio de empolgação). Mesmo assim senti as pessoas próximas - até as que estão longe. Se sentir querido e amado são os presentes mais valiosos que a gente pode ganhar.
Sei lá se isso tem a ver com a idade, ou com a alegria contagiante da minha amada esposa, ou porque talvez eu esteja me tornando um cara menos chato ou tudo isso junto. Só sei que foi bom e já estou querendo de novo, mas ainda faltam 364 dias para o próximo 25 de março, dia em que comemorarei mais um ano de vida - ou um ano a menos, depende do tanto que você gosta de mim.
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